A justiça é um valor sempre em cheque, não sendo a sua promoção um dever ou privilégio de Direita ou Esquerda.
O texto usado em nosso encontro do dia 12 de março apresenta uma versão que não vem ao caso no Projeto Sombra e Água Fresca, onde o que se valoriza são as ações em favor de uma sociedade mais justa.
Mas ele nos faz pensar em caminhos que pouco ou nada têm a ver com Direita ou Esquerda, palavras bastante esvaziadas nos tempos atuais. Como foi concluido no grupo,
"o que buscamos não é beneficiar quem não merece, é garantir direitos a quem não os tem."
Risco social nem sempre tem a ver com dinheiro, fome ou moradia inadequada. Distribuição de riqueza nem passa pela cabeça de nossas crianças e adolescentes, que esperam de nós carinho e atenção.
E que elas tenham, no futuro, a oportunidade de escolher uma faculdade e discutir questões que, de repente, envolvem Esquerda e Direita...
Direita ou Esquerda?
Uma universitária cursava o sexto semestre da faculdade. Como é comum no meio universitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza. Tinha vergonha do fato de seu pai ser de direita e, portanto, contrário aos programas e projetos socialistas que previam dar benefícios aos que não mereciam e impostos mais altos aos que tinham mais dinheiro. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia de seu pai era equivocada. Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai.
Falou com ele sobre o materialismo histórico e dialético de Marx, procurando mostrar-lhe que estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita. No meio da conversa, o pai perguntou:
- Como vão as aulas?
- Vão bem. A média das minhas notas é 9, mas me dá muito trabalho consegui-las. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E tua amiga Sônia, como vai?
- Muito mal. Sua média é 3, principalmente porque passa os dias em shoppins e festas. Pouco estuda e, algumas vezes nem sequer aparece nas aulas. Com certeza repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal, se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso, que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sonia? Com isso vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de vocês duas.
Ela, indignada, retrucou:
- Por que?! Eu estudei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que o trabalho que tive seja simplesmente dado a outra pessoa.
O pai abraçou a filha carinhosamente, dizendo:
- Bem vinda à Direita!
Nenhum comentário:
Postar um comentário